Sunday, January 14, 2007

Medo

Eis que decido me aventurar por caminhos pouco navegados. A tão longínqua Barra da Tijuca.

Como não é um evento especial, não posso me dar ao luxo de me desprender de 40 dinheiros em vésperas de carnaval e fim de mês (= depois do dia 15). Aproveito para conhecer o itinerário do 234. Ele passa pelo Alto da Boa Vista. Lugar lindo. Tirando o perigo de passar por lá, de acordo com o taxista que no Reveillon me deu duas opções para chegar a Barra, pelo Alto ou pela Zona Sul. Quando escolhi aleatorimente o Alto, ele soltou um "quer mesmo passar pelo Alto a esta hora da noite?". Pra que perguntar então?

Mas o 234 não tem escolha. Passamos então pelo Alto. No meio do caminho, eis que sobe um cidadão suspeito. Ok, não é legal ficar "estereotipando", dizendo que tipo de pessoa é do bem ou que tipo é do mal. Mas o rapaz tinha cara de louco. E era nervoso, me deixando nervosa também. Eis que a cobradora (=trocadora aqui no Rio) começa a gritar para o motorista: faz esse descer porque ele não tem dinheiro. Então começa uma discussão. Eu, sentada no banco ao lado da cobradora, pois ela me diria em que ponto eu deveria descer, comecei a ficar tensa, porque o moço com cara de louco parecia estar cada vez mais nervoso. Eis que a cobradora deixa o rapaz passar pela catraca e adivinhem só do lado de quem ele resolve sentar e continuar a difamar todos os presentes? Pois é...

Procurei por saídas de emergência, mas eu não teria tempo. No primeiro ponto, o ônibus pára e o motorista grita para o meliante descer. E ele atende. SUSPIRO DE ALÍVIO.

Durante resto do caminho, a cobradora fala que não gosta de se sentir ameaçada e quando isso acontece, chuta o balde e roda a baiana. Se tiver que matar, mata logo. Sem essa de "ameaça psicológica" (palavras da moça). Que ótimo. Se o cara estivesse armado, eu poderia ter levado um balaço na cabeça por estar ao lado de uma descontrolada.

O passeio com o 234 não foi a coisa mais agradável.

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