Tuesday, March 06, 2007

Com ou sem emoção

Viver no Rio por si só já é um emoção. Nunca se sabe se vai rolar aquela bala perdida. Mas hoje eu descobri o que é o verdadeiro rush do metrô do Rio.

Sem emoção - trabalhe até mais tarde, até umas 8 da noite, e tenha talvez a chance de ir sentada. A probabilidade é pequena, mas pelo menos você consegue se segurar naquelas barras de ferro.

Com emoção - saia 17:30h do trabalho, enfrente uma fila gigantesca para passar o seu vale-transporte (ou proletário card) só pra ter uma idéia do que te espera. Tente alcançar um lugar na plataforma onde teoricamente o vagão vem mais vazio. Tente ficar próximo à porta, mas fique ciente de que é um caminho sem volta, pois quando você menos percebe, uma multidão já se posicionou por todo e qualquer espaço ao seu redor. Barulho nos trilhos. O metrô se aproxima. A massa já ultrapassa a linha amarela (coisa que eu tenho pavor) e você vai por osmose. As portas se abrem, mas já não há espaço para mais ninguém, mas você é empurrado para dentro e se estava com um braço levantado para puxar a bolsa, é assim que ele vai ficar. Nas primeiras estações não desce ninguém, mas por um mistério da física, ainda continua subindo gente. Eis que chega a Central. Essa mesmo, do filme. Metade do vagão desce nessa estação, mas infelizmente não é o seu caso. E você está na frente, na porta, onde uma multidão estressada (não é por menos, já que o ar condicionado não suporta tanta gente e o calor é de matar) te olha com cara feia. As portas se abrem e você tenta descer logo pra não ser pisoteado. Mas a multidão é maior do que você imagina e você é empurrado como se estivesse no mar, onde a onda quebra. E você luta pra não tomar um cachote. Toca o sinal para as portas fecharem, mas o mar te levou pra muito longe. Você corre pra não ter que esperar pelo próximo e acabar logo com o sofrimento. Ufa... Mas o vagão ainda está cheio. O golpe final vem na estação Estácio. A segunda metade do vagão quer descer e você ainda está na imediações da porta. Mas dessa vez é mais fácil se segurar na barra de ferro. Na próxima estação, só um pingado de gente. Que jeito de se terminar um dia. E tem gente que tem essa emoção todo dia. Prefiro as horas extras....

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