Friday, April 20, 2007

Rio Body Count

"Oi, mãe! Voltei de viagem, já estou no Rio"
"Tá tudo bem? Saiu um monte de notícia sobre tiroteios por aí. Não é perto da sua casa, né?"
"Não, mãe... imagina... (olhando o jornal por não fazer idéia do que tinha acontecido e observando a reportagem que mostrava um tiroteio na rua de trás de casa) "

Por isso decidi algumas coisas. A primeira foi escrever pra avisar que estou viva e não faço parte dos números do Rio Body Count. A segunda é que definitivamente vou procurar um lar num lugar menos "movimentado" (embora todos os cariocas digam que isso não exista no Rio).

No mais, a coisa mais interessante que é digna de ser colocada aqui neste blog é a incrível constatação de que este mundo é inacreditavelmente pequeno.

Como no Rio não é comum encontrarmos nipônicos perambulando pela ruas, quando aparece um no setor, é como um grande evento e todos da linhagem são avisados da presença de um novato no grupo. O sobrenome do novo amigo é Motoki. Coincidência ser o mesmo sobrenome do Mauro (pra quem não conhece a banda Ludov, recomendo).
"Você tem algum parente que se chama Mauro?"
"Bom, meu irmão se chama Mauro."
"......... por acaso ele tem uma banda?"
"Tem sim, Ludov"
" (eu, tendo um ataque histérico) NÃO É POSSÍVEL!!!"
O resto das coisas que eu disse ou perguntei, não vem ao caso, já que foi um ataque groupie de primeira.

Já me avisaram que o rapaz, de nome Eduardo, é uma das 5 pessoas mais legais do mundo (lista da qual fui excluída pela pessoa que passou esta informação). Mas por uma profunda gafe minha, tenho a mania de chamá-lo de Mauro! É, preciso sair mais vezes com ele pra conseguir formar a imagem Eduardo na minha cabeça.

Quanto a Curitiba, como um dos meus milhares de leitores perguntou, continua linda. Passei mais uns dias por lá e provavelmente continuarei indo algumas vezes. Mesmo sendo a trabalho, adoro essas viagens. Fora o up no salário, a cidade é tão organizada que fico até deprimida ao voltar para a "cidade maravilhosa" e seu agradável odor de mar com urina.

Conversei com um amigo que defendeu com unhas e dentes a cidade de Manaus, cidade na qual ele mora atualmente, quando foi citada a monotonia do lugar. Fiquei impressionada e pensei que se eu me propusesse a abraçar dessa maneira a cidade onde moro, talvez eu não ficasse tão triste de saudade com tanta freqüência. Pena que essas coisas não surgem do nada e é preciso muita força de vontade. Coisa que eu não tenho.

E nesse longo período de silêncio, peguei-me questionando mais uma vez se eu estou no caminho certo e a sábia mãe de minha amiga soltou uma frase que acabou comigo "se você não sabe pra onde quer ir, não chega a lugar nenhum". Parece que é a frase do gato doido de "Alice no País das Maravilhas". A conclusão é que as dúvidas ainda continuam. Maravilha.

O importante é que segunda é feriado no Rio e aproveitei para matar a saudade de Campinas. Pena que a saudade foge quando eu tô aqui e só reaparece quando eu vou embora...